15/09/2009

Ex - Prefeito de Coari Permanecera preso....


Aliados admitem deixar Adail na prisão
Às vésperas de iniciar mais uma temporada eleitoral, o ex-prefeito de Coari, acusado de mega-corrupção e  pedofilia, Adail Pinheiro, deverá permanecer na cadeia, embora tenha sido preso não pela gravidade de suas traquinagens, mas porque deixou de avisar à justiça sua mudança de endereço estando em processo de investigação judicial. Vá entender a juíza Ana Paula Braga e a Lei! A movimentação é discreta, silenciosa e já tem um tempo e dizem ter sido tomada em definitivo no núcleo intimo do poder em Brasília pelo próprio presidente Lula, que não gostaria de ver a campanha de sua candidata Dilma Roussef, comprometida pelo fato de chamar de “companheiro’ um cidadão que é suspeito de ser um dos maiores corruptos da história recente da República, corrupto e pedófilo, que usava verbas da SUS para transportar cafetinas, cafetões e vítimas de suas perversões sexuais em jatinho particular, segundo dados da Operação Vorax da Polícia Federal. Em outras palavras, a ordem é jogar n’água o patrimônio imoral deste agora incômodo parceiro.
Ileso, livre e faceiro
 Adail Pinheiro foi preso nessa segunda-feira por agentes da Polícia Federal, em Manaus, que queriam por as mãos em seu cangote há um ano e cinco meses, quando a Operação Vorax, aquela bactéria que vive de parasitar o petróleo, foi deflagrada e pôs na cadeia todo o esquema de promiscuidade, corrupção e estelionato do ex-prefeito. Na ocasião, forças ocultas, um exército de advogados, políticos e magistrados entrou em ação, como sempre aconteceu nos últimos 10 anos. Esse tempo todo, distribuindo propina, favores e luxúria, Adail conseguiu entrar e sair de todas ileso, leve, livre e faceiro, com muito dinheiro para subornar. A Operação Vorax fala de R$ 33 a 55 milhões somente na última operação, mas a história policial e judicial relata o desaparecimento de muito mais, mas muito mais mesmo. No TCE e no TCU as cifras são assustadoras como assustador é o volume de recursos desviado para calar a boca de tanta gente, imprensa, políticos, governantes, conselheiros de tribunais... Um relato de arrepiar e de questionar a lisura de nossas instituições, cujos membros  em muitos casos capitularam diante do suborno e sedução.
Armação ou degola?
 Sua prisão foi decretada por Ana Paula Braga, a mesma juíza que foi flagrada pela Operação Vorax, em situações constrangedoras de visível e audível intimidade com o esquema. Há controvérsias segundo o competente advogado Alberto Simonetti Neto sobre a lisura do rito jurídico para a detenção do ex-prefeito. E aí estaria uma brecha para sua iminente liberação, pois foi preso por ter se mudado para Manaus sem ter comunicado a Justiça Estadual em Coari, onde responde a processos por exploração da prostituição infantil. O fato levantou suspeitas de armação, por um lado, para influir positivamente no pleito extraordinário que vai escolher o novo prefeito de Coari na próxima semana... E por outro, a confirmação eloqüente de que a ordem é deixar Adail na masmorra. Ana Paula Braga é filha do poderoso e influente Robério Braga, secretário de Cultura, e a família está envolvida até o pescoço para livrar a barra da magistrada e por decorrência de toda a família Braga, da linhagem de Lourenço e João, dois vultos sagrados da jurisprudência baré. O vacilo de Ana Paula sacudiu os pilares que sustentam a imagem do clã. E isso não pode acontecer.
Regalias indevidas
 O único curso superior de Adail se deu na escola da contravenção, onde ele se pós-doutorou com destaque e louvor. Apesar disso, e de não ter cursado qualquer outra faculdade, o dito cujo está preso em uma cela isolada dos outros detentos no Instituto Prisional Antônio Trindade (Ipat). Sua prisão foi pedida pelo Ministério Público Estadual (MPE) na última sexta-feira, sob expressa concordância do procurador-geral de Justiça, Otávio Gomes, um nome escolhido a dedo pelo governador Eduardo Braga. Razões anteriores para o pedido de prisão foi o que não faltou. A Polícia Federal e a magistratura consciente e responsável que subsiste na atual crise institucional sempre exigiram que isso fosse feito mas as forças ocultas da impunidade e conivência. O advogado do infeliz entrou na mesma hora com três procedimentos para tentar tirá-lo da cadeia e até a manhã desta terça-feira nada tinham conseguido.

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